Nus, Ferozes e Antropófagos
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Separados por um oceano e pelas diferenças culturais de cada país, mas unidos por ideais criativos em comum, artistas brasileiros e franceses se reúnem no projeto “Nus, Ferozes e Antropófagos”. Fruto do intercâmbio da companhia brasileira de teatro, sediada em Curitiba, e dos grupos franceses Coletivo Jakart Mugiscué e Centro Dramático Nacional de Limousin.
A direção é compartilhada entre Marcio Abreu e os colegas franceses Thomas Quillardet (Jakart) e Pierre Pradinas (Centro Dramático de Limousin).
Como o nome – emprestado da obra de Hans Staden – indica, é um trabalho de exploração de fronteiras desconhecidas. No caso, desvendar e entender não só os países nos quais as duas companhias vivem. “É um espetáculo sobre o encontro”, conta Thomas Quillardet. “O encontro em geral: com o outro, com a diferença, com outra língua e, também, o encontro consigo mesmo”.
Marcio Abreu completa: “O trabalho nasceu do mergulho na realidade do outro – os brasileiros na francesa, os franceses na brasileira. Foram realizadas oficinas na França e no Brasil, a partir da qual está sendo desenvolvida uma dramaturgia inédita. Este trabalho começou em 2011. Desde então, foram realizadas seis edições de encontros nos dois países, com oficinas e vivências culturais.
Em cenas que parecem ser independentes, mas na verdade são interligadas, os 10 atores se expressam nas duas línguas – português e francês – e também se relacionam sem palavras, num teatro físico. “A comunicação, bem como a impossibilidade de tentar se comunicar e não conseguir, também são assuntos em foco”, completa Abreu.
O ponto de partida englobou ainda a obra documental Le Brésil d’André Thevet – les singularités de la France Antarctique (1557), escrito pelo religioso francês que percorreu terras brasileiras no século XVI. “Não utilizamos trechos da obra, mas sim a busca por uma visão do imaginário do país”, ressalta Abreu.
A estreia ocorreu na França, em maio de 2014, no Théâtre de l’Union – Centre Dramatique National du Limousin, em Limoges.